O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tem visita agendada nesta sexta-feira (25) ao município de Santarém, onde deverá distribuir cestas básicas e água potável à população afetada pela seca e estiagem, conforme consta em sua agenda oficial. Esta é mais uma de uma série de visitas de Barbalho à cidade desde que seu candidato à prefeitura, Zé Maria Tapajós (MDB), avançou para o segundo turno das eleições municipais.
Desde então, Helder intensificou sua presença na região, promovendo ações governamentais como o anúncio de obras, assinaturas de ordens de serviço e convênios. A participação do governador em atividades e pronunciamentos públicos, bem como em programas eleitorais de rádio e TV de Zé Maria, levantou questionamentos por parte da oposição. A crescente popularidade de JK do Povão (PL), candidato adversário, que recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e da atual presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, trouxe um novo dinamismo ao cenário eleitoral, colocando o governo estadual em estado de alerta.
As visitas frequentes de Helder a Santarém durante o período eleitoral já motivaram a abertura de um processo na Justiça Eleitoral, movido pela coligação PL-Avante, que acusa o governador de abuso do poder político. O processo, iniciado no dia 18 de outubro, alega que Barbalho estaria utilizando a máquina pública em favor de Zé Maria Tapajós ao realizar distribuições de alimentos e insumos à população.
Embora Tapajós não tenha participado dos eventos, apoiadores políticos – incluindo vereadores, deputados e secretários municipais – têm registrado presença e divulgado em redes sociais as ações do governador. Em algumas postagens, eles são vistos com camisas, bonés e adesivos em apoio ao candidato do MDB. Esses registros foram entregues ao Ministério Público Eleitoral (MPE), que, nesta quinta-feira (24), instaurou um Procedimento Preparatório Eleitoral (PPE) para investigar indícios de favorecimento político.
A oposição sustenta que essas ações configuram uso indevido da estrutura governamental para fins eleitorais, enquanto a equipe do governador defende que as visitas e a entrega de itens de primeira necessidade integram suas obrigações administrativas em meio à crise hídrica que afeta Santarém.
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